quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Recicla cidadania

Grupo cultural Bagunçaço hoje é referencia de cidadania de um bairro considerado marginalizado pela população soteropolitana.

O grupo Cultural Bagunçaço (GCB) é uma entidade sem fins lucrativos e sem ajuda do governo que busca promover direitos das crianças e adolescentes através de atividades artística, educacional e sócio culturais. A instituição realiza atividades como oficina de percussão, dança arte com reciclado e outros. O seu objetivo é resgatar a auto-estima e contribuir para o desenvolvimento social humano e profissional.

Foi no final do ano de 1991, que os meninos dos Alagados, bairro carente do Subúrbio, formaram uma banda de lata para se divertir, pois na sua comunidade não existia objetos de lazer. Essas crianças chamaram atenção de Joselito Crispim, 33 anos, cineasta, morador e educador de @ que de imediato teve a idéia de levar a banda em apresentações nos eventos da comunidade assim outros meninos foram se interessando e criando outras bandas de lata surgindo o GCB.

Nascido e organizado por muito tempo na rua o Bagunçaço, com o tempo cresceu e foi se espalhando por outros bairros e até cidades do interior da Bahia. Hoje mais de 240 crianças e adolescentes participam desse projeto, acredita-se que aquelas crianças, que deram inicio as batucadas com latas e descargas velhas inicialmente rejeitada pelos moradores, apontaram uma opção de fuga da marginalidade quase sempre pré determinada para população carente.

Sua primeira sede foi um barraco de palafitas emprestado por um tio de um dos componentes, depois começaram a usar a casa de Eunice (ex-integrante do grupo, na época tinha 13 anos, hoje não participa porque foi morar na Dinamarca) mas como esse grupo foi crescendo lá já não comportava mais a quantidade de gente. Depois alugaram por R$ 15,00 uma lanchonete no próprio bairro que estava desativada. Sabendo dos problemas enfrentados pelo grupo o padre Clovis da Paróquia de São Jorge convidou os organizadores para usarem uma sala uma sala no centro comunitário.

Mas ao lado da Paróquia existia um terreno com uma grande construção abandonada, na qual há muitos anos funcionou uma creche e estava sendo utilizado como ponto de venda e consumo de drogas. Depois de várias tentativas de negociação com a Associação de moradores da Comunidade, que na época era responsável pelo espaço, os meninos junto com seus pais e até mesmo alguns moradores resolveram em 2001 fazer uma ocupação no local e foi assim que o Bagunçaço conseguiu sua sede própria. Hoje a sede passou por uma reforma com a ajuda da embaixada Japonesa e será reinaugurada no dia 20 de dezembro as 13 horas.

Hoje conhecido nacionalmente, quem quiser fazer parte deste grupo é muito fácil, basta ir até a sede no endereço Rua Anísio Gonçalves, s/nº - Bairro:Jardim Cruzeiro, de segunda a sexta a partir das 14 horas e fazer a inscrição na oficina que seja do seu interesse. “Este projeto é a referencia da comunidade que já foi considerada como a mais perigosa do subúrbio. O pré - requisito para fazer parte do Bagunçaço é esta estudando e além das oficinas eles passam por um acompanhamento psicológico”. Diz Márcio Lima educador há 3 anos do projeto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário