quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Era uma vez filme nacional que retrata a desigualdade social

Neste filme podemos perceber o quanto a desigualdade social esta impregnada em nosso país e como os "poderosos" comandam a sociedade como verdadeiros fantoches. Em era uma vez, o diretor Breno Silveira procurou mostrar a realidade que vive a nossa frente de uma maneira bem humana e verdadeira, ele traz a vida de um jovem pobre mais honesto que vive na favela, que se apaixona por uma garota da classe alta.
Após ver seu irmão ser morto por um jovem que comandava o morro depois de uma partida de futebol entre os garotos da favela e já o de criação sai do morro para ser vendedor de cachorro e vingar a morte de seu irmão Beto. Já Dé trabalhava em uma barraca de praia que ficava em frente ao prédio luxuoso que Nina morava, moça que era observada por por ele todas as noites.
O rapaz salvou Nina de uma assalto e a levou gentilmente para casa foi assim que ele descobriu sua cara metade. Depois de várias tentaivas para chamar atenção dela ele resolveu entrar de penetra em um luau na praia para tentar se aproximar da moça e até que fim conseguiu.
Só que Nina acabou descobrindo que ele era um rapaz pobre que morava no morro e não deixou seu encanto morrer, já Dé ficou constrangido com a situação e tratou a garota com hostilidade pois sentia vergonha do seu nível social. Ela resolveu subir ao morro com uma amiga para ir até o baile funk atras de Dé, ao chegar passaram a noite juntos se amarram como dois casais verdadeiramente apaixonados.

Recicla cidadania

Grupo cultural Bagunçaço hoje é referencia de cidadania de um bairro considerado marginalizado pela população soteropolitana.

O grupo Cultural Bagunçaço (GCB) é uma entidade sem fins lucrativos e sem ajuda do governo que busca promover direitos das crianças e adolescentes através de atividades artística, educacional e sócio culturais. A instituição realiza atividades como oficina de percussão, dança arte com reciclado e outros. O seu objetivo é resgatar a auto-estima e contribuir para o desenvolvimento social humano e profissional.

Foi no final do ano de 1991, que os meninos dos Alagados, bairro carente do Subúrbio, formaram uma banda de lata para se divertir, pois na sua comunidade não existia objetos de lazer. Essas crianças chamaram atenção de Joselito Crispim, 33 anos, cineasta, morador e educador de @ que de imediato teve a idéia de levar a banda em apresentações nos eventos da comunidade assim outros meninos foram se interessando e criando outras bandas de lata surgindo o GCB.

Nascido e organizado por muito tempo na rua o Bagunçaço, com o tempo cresceu e foi se espalhando por outros bairros e até cidades do interior da Bahia. Hoje mais de 240 crianças e adolescentes participam desse projeto, acredita-se que aquelas crianças, que deram inicio as batucadas com latas e descargas velhas inicialmente rejeitada pelos moradores, apontaram uma opção de fuga da marginalidade quase sempre pré determinada para população carente.

Sua primeira sede foi um barraco de palafitas emprestado por um tio de um dos componentes, depois começaram a usar a casa de Eunice (ex-integrante do grupo, na época tinha 13 anos, hoje não participa porque foi morar na Dinamarca) mas como esse grupo foi crescendo lá já não comportava mais a quantidade de gente. Depois alugaram por R$ 15,00 uma lanchonete no próprio bairro que estava desativada. Sabendo dos problemas enfrentados pelo grupo o padre Clovis da Paróquia de São Jorge convidou os organizadores para usarem uma sala uma sala no centro comunitário.

Mas ao lado da Paróquia existia um terreno com uma grande construção abandonada, na qual há muitos anos funcionou uma creche e estava sendo utilizado como ponto de venda e consumo de drogas. Depois de várias tentativas de negociação com a Associação de moradores da Comunidade, que na época era responsável pelo espaço, os meninos junto com seus pais e até mesmo alguns moradores resolveram em 2001 fazer uma ocupação no local e foi assim que o Bagunçaço conseguiu sua sede própria. Hoje a sede passou por uma reforma com a ajuda da embaixada Japonesa e será reinaugurada no dia 20 de dezembro as 13 horas.

Hoje conhecido nacionalmente, quem quiser fazer parte deste grupo é muito fácil, basta ir até a sede no endereço Rua Anísio Gonçalves, s/nº - Bairro:Jardim Cruzeiro, de segunda a sexta a partir das 14 horas e fazer a inscrição na oficina que seja do seu interesse. “Este projeto é a referencia da comunidade que já foi considerada como a mais perigosa do subúrbio. O pré - requisito para fazer parte do Bagunçaço é esta estudando e além das oficinas eles passam por um acompanhamento psicológico”. Diz Márcio Lima educador há 3 anos do projeto.

Realidade do Brasil contemporâneo

O filme Noticias de uma guerra particular, foi produzido entre os anos de 97 e 98 e exibido em 99, no entanto aparece como um retrato atualizado do Brasil, ou ainda um alerta do que estava por vir. Idealizado pelos diretores João Moreira Sales e Kátia Lund abusam da ousadia e da coragem para retratar a realidade das favelas e de sues personagens, essa realidade só quem convive conhece e passar a ser desconhecida, desprezada pela classe alta e média da sociedade.

Desta forma os diretores do filme, mostram o estado de violência urbana no Brasil, tomando como exemplo o morro de Santa Marta, na capital do Rio de Janeiro. Retrata os morros com seus pontos positivos e negativos e o trafico é mostrado sob a perspectiva violenta, destrutiva, mas também como alternativa para visibilidade, a auto-afirmação e em muitas vezes apresenta-se como representação pública, pois desempenha papeis sociais incumbidos ao Estado (na falta dele, o trafico assume a responsabilidade na comunidade). O filme ainda ressalta o traficante antes de qualquer coisa, como ser humano.

A falta de responsabilidade pública é algo extremamente perigoso, porque coloca o crime, em alguns casos, na posição que compete ao Estado ocupar, os traficantes agem de forma a tentar preencher o descaso dos órgãos competentes. Os jovens idolatram os traficantes e alimentam o ódio pelo governo, até porque a única representação deste dá-se pela policia corrupta violenta, a qual invés de proteger colabora e compartilha com o sentimento de insegurança.

Gentileza nem sempre é sinônimo de riqueza

Terça-feira, 01 de dezembro, foi o dia do meu aniversário. Recebi os abraços de amigos e parentes, depois fui para a faculdade pegar a câmera fotográfica para fazer um trabalho acadêmico no bairro Jardim Cruzeiro, considerado uns dos mais perigosos de Salvador. O mais engraçado é que eu não sabia onde ficava a sede do Grupo Cultural Bagunçaço e fui morrendo de medo, pois já tinha na mente uma má impressão do local.

Fui todo o percurso assustada, com o vidro do carro fechado. Mas, como chegar ao meu destino sem perguntar às pessoas onde ficava a sede?

Rezei, tomei coragem e abri o vidro para perguntar. Mas eu não conseguia controlar o meu nervoso e esqueci que em todo lugar perigoso moram pessoas de boa índole.

Fiquei escolhendo a pessoa para a qual eu perguntaria, quando avistei uma senhora bem vestida. Como ela apresentava boa aparência não hesitei em perguntá-la. No entanto, ela não sabia nem onde ficava nem do que se tratava o Bagunçaço. Nesse momento um menino negro, todo sujo, sem camisa e com o short todo rasgado, gritou: “Tia eu sei onde fica”. Tomei aquele susto e disse: “Como?” “A senhora vai direto e vira a esquerda. Lá a senhora vai ver a Paróquia. A sede fica atrás”, disse ele.

Fiquei chocada e percebi o quanto sou preconceituosa. Eu não esperava que aquele menino, até então visto por mim como um marginal, pudesse ter um gesto gentil. Sinceramente, quando ele se dirigiu a mim e se aproximou do carro pensei se tratar de um dos tantos bandidos do Jardim Cruzeiro, dos quais ouvi histórias arrepiantes.

Fui ao Bagunçaço, fiz a minha matéria, mas o gesto daquele menino não me saia da memória. A volta para casa se tornou um momento de reflexão e eu pude repensar os meus valores e quanto ainda preciso melhorar para entender o complexo ciclo da exclusão e do preconceito.

Informação de qualidade é direito de todos

A primeira finalidade do jornalismo é a informação porém ela está atrelada à veracidade dos fatos e a responsabilidade social. No entanto os texto abordam “Mídia e Violência” de Calos Alberto di franco e “Mídia e Confronto” de Pedro Demo, a propagação das informações que estão muitas vezes esquecendo, ou mesmo abandonando a responsabilidade e preocupação com a informação da opinião pública crítica.

A mídia trata a violência de uma maneira muito irresponsável, o sensacionalismo e o interesse particular estão adquirindo dimensões cada vez maiores e colocando em risco ao rumo da criminalidade, senão da humanidade. Aquela por sua vez, esta sendo tratada de forma banal. Os telejornais recorrem a todo tempo a assuntos relacionados a tragédias como tentativa de aumentar a audiência, nesse caso o que pode ser lucrativo para as empresas não será bom para os cidadãos.

A informação por si só não basta, é necessário que haja uma preocupação sobre o que esta sendo exposto pela mídia. Informar com precaução não significa omitir ou manipular fatos, mas visar às conseqüências prejudiciais que uma cobertura jornalística pode causar. Desta maneira, o importante neste momento é divulgar também o “lado bom” da sociedade, quando estão preocupados em enfatizar as mazelas, para que isso não “caía” no senso comum e os cidadãos se acostumem com essa convivência conflituosa.

É preciso um trabalho de reeducação para mudar essa realidade de exclusão social

A desigualdade social é uma realidade no Brasil, devido à má distribuição de renda onde o rico fica cada dia mais rico e o pobre cada vez mais pobre. Por esses acontecimentos existem jovens ofendidos hoje principalmente na classe de baixa renda, pois a exclusão social os torna cada vez mais incapazes de ter uma vida digna. Muitos jovens de baixa renda crescem sem ter estrutura na família devido a uma série de conseqüências causadas pela falta de dinheiro, educação e alimentação.

O crescimento de crianças e jovens sem preparação para a vida é um dos reflexos da desigualdade social, muitos deles não conseguem oportunidades e acabam se tornando marginais ou desocupados, às vezes não porque querem, mas sim por não sobrarem alternativas. Outro fator que agrava essa situação é a violência que cresce a cada dia.

Além de ser um país desigual, o Brasil é racista, vivemos num racismo camuflado que a maioria das pessoas fazem questão de não enxergar. Os alvos atingidos, mesmo que inconscientemente, sempre são os mesmos. Negros, nordestinos, índios, pessoas obesas, e, principalmente, os mais pobres sofrem com a discriminação e não conseguem emprego, estudo, dignidade e respeito.

O filme Nossas Línguas, relata como os índios foram descriminados e reprimidos pelas missões religiosas, desta forma muitos perderam sua identidade, sua língua sendo obrigados a falar o português porque era considerado uma língua bonita. É muito interessante o depoimento de alguns indígenas que ainda buscam resgatar seus valores, no Alto do Rio Negro no Amazonas o objetivo deles é serem respeitados pela maneira diferente de viver.

Observando o nosso dia a dia presenciamos de maneira explicita o preconceito, na mídia, por exemplo, fica claro a discriminação aos negros nas novelas e filmes onde sempre tem papeis de empregadas domésticas ou marginais, para se ter uma boa educação é preciso ter cotas ou seja números limitados de vagas para ingressar em uma faculdade.

No texto Cultura e poder, o autor Pedro Ghóez, reforça esse preconceito quando ele relata “Daí deixa que o cinema entope de maluco que nunca foi na perifa, gente que abomina a gente que mora na perifa, os papeis principais estão nos faróis, e seu controle remoto aciona o vidro que sobe e te isola do senhor dos anéis, relógios, dinheiro, rápido de mãos pro alto! Ou eu estouro a sua cara”.

A sociedade precisa mudar este cenário decadente, é preciso refletir, a esse pensamento de que todo negro que mora na favela é ladrão, lá existem pessoas trabalhadoras que vivem em busca de um futuro melhor, devemos acabar com o pensamento de que todo nordestino é incapaz. É necessário saber que qualquer pessoa que se sentir humilhada, desprezada, discriminada, por sua cor de pele, religião, opção sexual pode recorrer a um processo judicial contra quem cometeu esse crime.